sábado, 9 de março de 2013

Túnel do tempo #8

Aírton Ramalho e a Vedete do Seridó


Muito ouvimos falar deles, mas não conhecemos as suas fisionomias. Principalmente aqueles que nasceram dos meados dos anos setenta do século passado para cá. São pessoas que foram importantes para a nossa cidade e que ‘forçados’ se foram daqui para outras terras; ou que já passaram por aquela esquina onde todos nós, cedo ou tarde, teremos que p
assar. 

Pois bem, esse senhor aí prestou para Acari um trabalho de enorme valia, quando criou de forma inspirada aquela que todos nós adotamos como a espécie de um hino não oficial de amor à nossa terrinha, um hino de louvor à beleza desse torrão amado. 

E tudo começou no início dos últimos anos sessenta, quando ele veio trabalhar na administração do escritório da extinta empresa Nóbrega & Dantas. Ele um paraibano da melhor estirpe, criado em Natal, quando chegou por aqui se apaixonou pela singularidade das serras e viu, de cara, a beleza daquele a quem ele eternizou como “que parece até o mar”. 

E segundo Hotêncio de Brito Sobrinho, a letra saiu da parceria com Raymundo Evangelista, tendo sido gravada em acetato pela primeira vez em 1962 pelo próprio Aírton Ramalho. Hortêncio Sobrinho, em quem temos descoberto um historiador dos bons, continua informando que Aldair Soares, norte-rio-grandense de Pedro Velho, em 1973 também gravou. 

Porém, foi em 1990 que o saudoso Zé Alves com sua voz grave e aveludada no CD “José Alves, forró bom só é aqui”, possibilitou que a música ganhasse a sua roupagem mais bela, mais alegre e mais sensual. Vamos à letra de A vedete do Seridó: 

“Acari, - Vedete do seridó. - Hospitaleira cidade, - Graciosa ficou só. - Seu cenário de beleza - Que a própria natureza - Aos seus filhos premiou. - Dá direito esse torrão - Inspirar este baião, - O que belo Deus criou. - Acari, Acari. - Como é bom de se apreciar, - Dá gosto pra se olhar, - Suas serras cordilheiras - E o açude de Gargalheiras - Que parece até o mar. – Ô - Acari, vedete do seridó. - Hospitaleira cidade, - Graciosa ficou só. – Ô - Seu cenário de beleza - Que a própria natureza - Aos seus filhos premiou. - Dá direito esse torrão - Inspirar este baião, - O que belo Deus criou. – Acari, Acari.” 

Agora uma pergunta: Quem leu e não cantou? 

(Foto cedida por Dedé de Arnaldo)

(Texto: Jesus de Miúdo) 

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