terça-feira, 11 de junho de 2013

Poema: DESPEDIDA DO PÁSSARO MORTO

O voo também é sensu-

alidade 
Estremeço e vibração de pássaro
Que possui e penetra o 
espaço.
E era como se possuísse 
e penetrasse a alma 
do tempo.
Se eu morrer como 
um pássaro
Deixo aos que me ama-
ram, aos que 
me quiseram e me 
gostaram, como eu
era, o meu sempre 
displicente adeus.
Estou compreendendo 
que se morrer num voo 
antes de tocar a terra
do mundo, serei como 
a pena do pássaro 
ferido de morte.
Serei um pássaro de 
fogo que vem do 
céu para repousar 
no seu ninho de areia.
Chorem, bebam, dancem, 
riam, passeiem, pela 
alma do amigo que 
não foi pássaro mas 
morreu como eles.

José Gonçalves
27-6-45

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